terça-feira, 28 de junho de 2011

Nessa madrugada.


Tive uma discussão patética (ou não) via mensagem no facebook com uma pessoa amada.
Então fui dormir sem falar o que queria. Quase engasguei. Chorei, chorei, chorei, liguei o computador e falei.
Digitei umas palavras que não queria, por serem boas, por se tratarem dos meus sentimentos sinceros. Pensei em deletar, mas deixei... e enviei, pela última vez. Acho que deve ser á quarta ou quinta última vez. No mínimo a terceira desse ano.
Mas como eu mesmo disse: é meta para os meus 23 anos voltar a ser eu. Recuperar o que (me) perdi.

segunda-feira, 19 de abril de 2010


Como essa imagem é gostosa de ver. É quente, molhada, triste, alegre. Há tudo ali.
Quando vejo sorrio e quero ser essa mulher sob o guarda-chuvas, andando não-sei-onde rumo a algum lugar desconhecido e bom.
Aqui estou eu mais uma vez insistindo nessa história de escrever - um conflito eterno. [saciar minha vontade x me expor sem gostar da minha escrita].

As coisas mudaram de forma drástica e só fui perceber depois de meses. Antes, quando eu chegava, seus olhos brilhavam, você abria um largo sorriso e vinha contente até mim. Hoje sequer ouvi o som de um bom dia, seus olhos estavam voltados para o chão.
No fim, esse hábito de tentar abraçar o mundo com as pernas não é tão ruim. Prefiro entrar e sair rapidamente, apressado para um novo compromisso, a lidar com essa situação redundante. Peço apenas que não me procure mais tarde. Estarei ocupado com minha nova projeção.



[E foda-se a chuva. Seja ela doce, ou ácida.]

terça-feira, 13 de abril de 2010




"É ele [o ser querido], é a sua voz que nos fala, que ali está. Mas como essa voz se acha longe! Quantas vezes não pude escutar senão com angústia, como se ante essa impossibilidade de ver, antes de longas horas de viagem, aquela cuja voz estava tão perto de meu ouvido, eu melhor sentisse o que há de decepcionante na aparência da mais doce aproximação, e a que distância podemos estar das pessoas amadas no momento em que parece que bastaria estendermos a mão para retê-las! Presença real a dessa voz tão próxima na separação efetiva! Mas antecipação também de uma separação eterna! Muita vez, escutando assim, sem ver, aquela que me falava de tão longe, me pareceu que aquela voz clamava das profundezas de onde não se sobe, e conheci a ansiedade que me havia de angustiar um dia, quando uma voz voltasse assim (sozinha e não mais presa a um corpo que eu nunca mais veria) a murmurar em meu ouvido palavras que eu desejaria beijar de passagem sobre lábios para sempre em pó."

[Marcel Proust, Em busca do tempo perdido. O caminho de Guermantes.]

Não. A ansiedade não desapareceu.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Natal...


Quase todos que me conhecem sabem que não gosto muito do Natal (preguiça; acho sem graça), mas até que nesse aconteceram umas coisas legais. Coisas que só acontecem comigo.
Tudo começou ontem, quando fui à casa da minha avó paterna e não havia alguém. Vi apenas a silhueta de uma mulher desconhecida que julguei ser a namorada de um tio que não gosto (nem sei se ele namora ou não). Então sai sem nem dar sinal de vida. Hoje fui almoçar na casa da minha avó. Entrei pelo portão e vi um homem estranho deitado na varanda. Pensei: deve ser alguém que não conheço. Continuei a andar. Entrei na casa e vi uma mulher arrumando a cama. Disse "oi" e ela respondeu da mesma forma - pensei que era a mulher que vi na noite anterior. Estranhei a casa estar silenciosa. Minha familia é grande e barulhenta pra caralho. Não vi alguém no quarto e, quando fui pra cozinha, vi uma mulher estranha de costas, ao fogão. Estranhei aquilo tudo e voltei. Perguntei pra primeira mulher que eu tinha encontrado se a Dona Valdete não morava mais ali. Ela disse que não. Coloquei a mão sobre a boca, pedi desculpa e saí correndo - antes que mais alguém visse minha cara. Quando saí do portão que lembrei de ter ouvido alguma coisa sobre ela ter mudado para antiga casa de fulano. A nova casa é do outro lado da rua, quase em frente. De longe ouvi as vozes. Antes de entrar reparei bem nas pessoas que estavam, pra não errar de novo.
Está certo que fui um pouco lerdo (ok, muito lerdo), m0as não entendo porque a primeira mulher que vi não perguntou quem eu era ou coisa do tipo. Simplesmente deixou eu ir entrando.

Foi vergonhoso, mas valeu. No fundo eu gosto de passar vergonha. Acho situações como essas divertidíssimas. O restante do dia foi agradável. Saí pra beber com dois amigos que não via há tempos. No mais é isso. Pra mim, as únicas coisas boas dos natais são as que não estão nas convenções.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Para minha Bárbara.



"[...] Então te mostrei meus olhos e tentei te livrar daquilo. [...]


Maria Flor e Teo já existem. Só não os encontramos ainda."

sexta-feira, 27 de novembro de 2009


É... são tempos dificeis.
Cabeça louca, coração na mão, e nada de desejo pegando fogo.
Sei lá... vontade de um lugar só meu. De estar sozinho, sabe?

Hoje cheguei em casa e li no quadro branco de recados: "Presente para a Chave Mestra". Ao lado havia pendurada uma bota vermelha, dentro dois sinos de chocolate e uma barra de "chocolate branco puro". Eram pra mim. A vizinha do andar de cima quem deu. Nem a conhecia. Não faço ideia de qual seja seu nome. Tudo o que sei, é que com todo esse meu mau-humor, coisa de mal-amado (ou não), só fiz xinga-la (em silêncio) por falar alto durante a madrugada. E eis que, de repente, ela nos presenteia. Um agradecimento por termos ajudado-a guando precisou. E é agora penso: não só estava longe como brinquei com o ocorrido. Ela tentou se matar e eu (poderia dizer nós, mas não falo pelos outros)ri, desmerecendo o motivo dela, como se eu soubesse qual era de fato a dor de sua carne. Talvez eu seja mais egoísta do que imaginava. Talvez não. Tudo isso pra dizer que "tomei meu dente"; calei minha boca. E agora paro pra pensar em tudo: em como ela está, seu nome, se era uma pessoa legal... afinal, diferentes todos somos.
[...] Uma bota vermelha. De Natal. Parece que nessa terra não existe essa data. Penso ser isso que motiva a passar esse dia aqui, sozinho. Longe de tudo e todos. Longe de presentes, da falta de presentes, das orações, das hipocrisias e das dívidas. Pena ser também longe da família. Mas estar perto da família por agora significa ganhar dor de cabeça por conta de questionamentos desnecessários (pra mim). Sei que no final das contas estarei em casa, sorrindo e rezando, torcendo para acabar logo.
Estranhamente, tenho fugido das pessoas do meu passado. Fugido das pessoas que amo e que, ironicamente, queria perto de mim. Essa semana me perguntaram de quem sinto saudades, imediatamente pensei: "de mim". Talvez por isso eu fuja. Por ser outro.

Chega de sentimentalismos. São mais três horas e tenho que acordar cedo amanhã. O final do período está aqui e tenho cenas, trabalhos e produções pra fazer. Quando isso acabar, vejo o que fazer com o resto.








*Sinto saudades de você. Do meu amor. Depois de mim, sinto falta de ti. Gosto quando estamos juntos. "Seu gosto é do jeito que eu gosto, lamento."